Foto: Arquivo Pessoal

São três as competições em disputa, simultaneamente: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e CONMEBOL Sudamericana. Com um calendário mais arrojado, se faz necessário igual arrojo de todos os profissionais envolvidos na logística de futebol do Ceará Sporting Club.

Em tais condições, um departamento que precisa de especial planejamento para lidar com tamanho volume de informações e trabalhos individualizados com atletas se chama CESP, o Centro de Saúde e Performance do Ceará.

Em viagem ou na capital, a equipe de médicos, fisioterapeutas e fisiologistas buscam entregar aos jogadores sempre o mesmo nível de trabalho e, para isso, contam com protocolos e ferramentas sempre atualizadas.

Um dos responsáveis por essa integração e consistência dentro e fora de casa é o Dr. André Martins, fisiologista que encabeça diversas ações para melhoria de processos dentro do departamento médico.

O profissional chegou ao clube em 2020 e desde então modelou bancos de dados e desenvolveu modelos matemáticos que permitem, hoje, comunicar com clareza as qualidades e deficiências de todo o elenco alvinegro. Um trabalho embrionário elaborado quase que integralmente dentro do Ceará.

É através destes algoritmos que, mesmo a milhares de pés acima do mar, os profissionais conseguem fazer trabalhos regenerativos entre um aeroporto e outro, em pleno voo.

Com tudo literalmente na nuvem, fisioterapeutas e médicos se conectam no ar ou em solo por meio dos relatórios gerados pelo departamento de fisiologia. De maneira recíproca, também atualizam os bancos com dados coletados em cada sessão.

André destaca o uso de diversos vetores de dados para a construção do retrato fisiológico de cada jogador. “Temos um aparato de última geração. São softwares que poucos no Brasil têm acesso. Um deles, o ThermoHuman, por exemplo, alimenta nossos relatórios com dados processados por machine learning a partir de retratos termográficos completos,” destaca o profissional.

Esse trabalho, que digitalmente se encerra no Microsoft Power BI, gera uma das principais ferramentas de auxílio ao departamento de futebol, também.

No cerne dos desafios em se gerir um clube de futebol profissional atuando em múltiplas competições ao mesmo tempo, está, obviamente, o cuidado em nutrir corretamente e recompor fisicamente seus profissionais mais valiosos.

Adolfo Bernardo e Lucas Freire, dois dos quatro fisioterapeutas do Mais Querido, conversaram com o site oficial do Alvinegro para comentar, da perspectiva de quem aplica as informações processadas pela fisiologia, a importância de um trabalho baseado em dados.

“Graças às ferramentas desenvolvidas em conjunto com médicos e fisiologistas, nós, fisioterapeutas, conseguimos gerenciar um elenco de mais de 30 jogadores com certa tranquilidade”, declarou Adolfo. 

Para Lucas, essa integração acelera a recuperação dos atletas, pois permite realizar o trabalho em qualquer pequeno intervalo. “Se detectamos, por exemplo, através das análises do departamento de fisiologia, um desgaste no músculo posterior da coxa, otimizamos nosso tempo e atuamos de maneira precoce atuando até dentro do avião, ou na concentração, minutos antes do jogo, intervalo e pós jogo, para que a recuperação seja mais rapidamente e efetiva. Entra aqui, claro, um trabalho muito próximo com o departamento de nutrição, mas tudo baseado em números e avaliações subjetivas dos próprios atletas”, encerrou Lucas.

Felipe Glauber · Departamento de Comunicação - CSC