Foto: Divulgação/cearasc.com

Caso fosse implementado no futebol brasileiro, o sistema do fair-play financeiro adotado pela UEFA reprovaria quase metade dos times que disputam a Série A. Um dos requisitos da entidade reguladora é que o patrimônio líquido do clube seja positivo.

Punido recentemente com banimento de dois anos da Champions League, o clube inglês Manchester City, que pertence ao mesmo conglomerado de uma empresa patrocinadora, recebeu verbas por exposição máster, segundo a Uefa, muito acima dos valores comumente praticados no mercado.

As informações foram divulgadas pelo Globo Esporte no Blog do Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios do esporte. O levantamento de Capelo se baseia em estudo realizado pelo economista e consultor Cesar Grafietti.

Segundo a reportagem, o sistema de fair-play financeiro sob os olhares da Uefa visa melhorar a capacidade econômica dos clubes, fazendo com que cumpram suas obrigações com credores, impostos e funcionários. Basicamente, o mecanismo busca encorajar os clubes ao gasto responsável, operando com racionalidade financeira, sempre baseados em suas receitas.

Ainda de acordo com Rodrigo Capelo, o economista Cesar Grafietti foi contratado pela CBF como consultor para esboçar, com base no modelo europeu, plano de fair-play financeiro para o futebol brasileiro. A entidade tem planos de efetivar o sistema próprio ainda em 2020.

Levando em conta somente o patrimônio líquido dos clubes, a reportagem mensurou que mais da metade das equipes da Série A seria reprovada nos moldes de fair-play tomando como modelo o panorama da Uefa. O levantamento foi feito baseado nos balanços patrimoniais de 2018 divulgados pelos clubes.

Além do Vozão, Athletico/PR, Atlético/MG, Corinthians, Flamengo, Internacional, Palmeiras, São Paulo e Sport seriam os únicos times da 1ª divisão aprovados no fair-play financeiro em relação aos patrimônios líquidos.

Rodrigo Capelo conversou com exclusividade ao cearasc.com sobre a pesquisa com os clubes brasileiros e a ideia de implementação de sistema parecido chancelado pela CBF. “Ainda não sabemos quais serão as regras que a CBF escolherá para o nosso futebol, mas podemos olhar para as da Europa e ter uma ideia de quem teria dificuldades na adaptação”, ponderou Capelo.

“Como o Ceará vem pagando salários em dia, está com um endividamento baixo e controlado, possui patrimônio líquido positivo e não tem um parecer crítico da auditoria externa, estaria muito à frente da maioria em relação ao fair play”, avaliou o jornalista.

Quem reforça o discurso sobre a responsabilidade nos compromissos financeiros do Vozão é o presidente Robinson de Castro. “Buscamos continuamente a eficiência na gestão. Manter o equilíbrio das contas não é tarefa fácil diante da exigência de se investir em estrutura e atletas para enfrentar uma série A, e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde financeira”, revelou o presidente.

Departamento de Comunicação - CSC