Foto: Marcelo Vidal/cearasc.com

Na manhã desta terça-feira, o Diretor Administrativo do Ceará, Eduardo Arruda falou à imprensa em entrevista coletiva sobre o trabalho junto ao futebol feminino alvinegro. Na coletiva de imprensa, Eduardo realizou um pronunciamento sobre os acontecimentos posteriores ao título brasileiro da série A2 e sobre a transição entre a última temporada de competições e o ano de 2023. 

Pronunciamento inicial 
Ano passado, fizemos um investimento, com relação ao futebol feminino, o menor dos últimos cinco anos e tentou segurar, ao máximo, financeiramente. Ainda assim, chegamos aos nossos objetivos, conquistamos o acesso, fomos campeões da Série A2, algo muito importante para o clube e para o projeto. 

Eu considero o Futebol Feminino um projeto vencedor, dos últimos cinco campeonatos cearenses, conquistamos três. Depois de bater na trave algumas vezes para subir, tivemos êxito no ano passado nesse objetivo de subir. 

Ao final do ano, com a queda do masculino, tivemos um impacto financeiro muito grande no clube. Neste momento, fui chamado e me foi colocado que teríamos de rever o projeto, preocupados de como seria a questão financeira, uma vez que a projeção era aumentar o investimento, com o acesso para a Série A1. Precisávamos ver como seria isso, uma vez que o orçamento do futebol feminino vem do futebol masculino. Precisávamos ver com possíveis patrocinadores, que os valores que a CBF disponibiliza são dos jogos e o clube tem de arcar com todos os outros custos esportivos (salários, encargos). 

Ainda com o orçamento de Série A, quitamos tudo com as atletas do ano passado. Nos outros anos, nós continuávamos com as atletas que íamos manter para o ano seguinte, renovávamos os contratos das atletas que tínhamos interesse, finalizávamos com aquelas que não nos interessavam, contratávamos novas atletas e tocávamos o barco. Então, ninguém ficava desamparado. Com o orçamento de Série A, fizemos a limpeza financeira dos setores, demitimos todos do elenco e da comissão técnica, pois  não podíamos segurá-los e deixamos que seguissem suas vidas profissionais. 

O clube entrou em um processo eleitoral em seu Conselho Deliberativo. Em seguida, a renúncia do Presidente, vinda do nosso atual presidente para assumir durante alguns meses e todo esse cenário político também atrapalhou os processos do Futebol Feminino para alinhar as questões financeiras. O clube está trabalhando, mas nós tínhamos de alinhar tudo isso e nós não tínhamos condições, estamos tendo somente agora. 

Agora, estamos alinhando porque já apareceram novas situações. No domingo, o Diretor Financeiro, João Paulo Silva, e o Presidente, Carlos Moraes, entraram em contato comigo e realizamos uma reunião, ontem. Me deram total carta branca para a mudança da situação. Antes disso tudo, montamos um projeto e, desde antes do carnaval, antes do início da Série A1, anunciamos quatro atletas. Fechamos com cinco atletas para chegarem amanhã e mais cinco para chegarem na sexta-feira. 

Também ontem, na parte da tarde, o Presidente convocou alguns setores do clube (Marketing, Comercial e Sócio-Torcedor) e os departamentos foram solicitados a colaborarem com o Futebol Feminino e com o Futsal. Em março, teremos novidades em relação à modalidade. Estávamos em um período complicado, mas chegou o momento. Estamos reforçando o clube, nossa meta é manter o Ceará na Série A1, perdemos o primeiro jogo, mas nos restam 14 partidas para chegar a esse objetivo. 

Estrutura do clube, assistência às atletas e orçamento
Toda assistência possível às atletas está sendo dada. Eu faço parte do processo diário disso tudo com as outras pessoas da gestão de futebol. Tudo o que vocês imaginarem em relação ao futebol feminino, cresce anualmente.  Neste ano, voltamos a treinar dentro do clube, antes tínhamos um contrato com a Unifor na questão dos campos. Hoje, treinamos no CT de Porangabuçu e vamos, uma ou duas vezes, à Cidade Vozão. Nós tínhamos uma folha pouco menor a 100 mil reais mensais, como subiu a tendência era dobrar, mas não tivemos como. Mesmo assim, iniciamos com um time de base, reformulamos nossa comissão técnica e estamos trabalhando para ter uma folha próxima disso ou maior. 

Trabalho psicológico
Mesmo com o impacto que têm as derrotas, as atletas estão felizes com a oportunidade que lhes foi dada para elas trabalharem no Ceará, jogando um Campeonato Brasileiro, contra Flamengo e Corinthians. Nós que fazemos o clube, temos um outro entendimento porque convive com o grupo. Já tivemos o aval da direção para trabalhar com a psicóloga e com o assistente social da da base do clube. 

Local das partidas
Na tarde de ontem, mandamos uma solicitação para a CBF da mudança de jogo do sábado para o domingo, no PV. Estamos alinhando com os setores responsáveis tudo em relação à questão de ingressos e sócios-torcedores. Vamos pontuar jogo a jogo. Escrevemos dois jogos porque o PV estava recebendo muitos jogos e, marcamos no Domingão, inicialmente, pela incerteza da disponibilidade da Arena Castelão para o Clássico-Rei. 

Busca por reforços
O Ceará é campeão brasileiro da Série A2 e disputa a Série A1. Isso impacta muito no mercado. Antes mesmo de ter uma definição quanto à parte orçamentária, pontuamos várias atletas, mas não podíamos fechar por falta de definição. Agora, com isso, podemos tocar. Conversamos com muita gente, muitos empresários e essas atletas que estavam no radar estão fechando os contratos. Já trouxemos duas goleiras (Manu e Mirian), uma zagueira (Karen) e uma atacante (Elena). Chegam essa semana, uma meia, uma volante, uma atacante, uma lateral-direita e uma lateral-esquerda. Também já estamos buscando quatro ou cinco atletas. 

Busca de recursos para a modalidade
Existem algumas empresas que, devido à instabilidade política, acabou atrapalhando, mas já estamos alinhando tudo isso para que o projeto possa se bancar de uma melhor forma. É um ano difícil, um ano de orçamento de Série B no futebol masculino, de recursos menores em relação ao ano anterior, mas estamos buscando e está sendo mais fácil de alguns dias para cá. 

Recado ao torcedor
Primeiramente, temos de pedir desculpas pelo que aconteceu, pelo início de temporada falho e que nós não imaginávamos, sendo campeões brasileiros. Em segundo lugar, queria pedir para que vistam a camisa do projeto. É o momento da gente se unir, se abraçar, pois a gente precisa muito do torcedor. Vamos divulgar daqui a pouco ações específicas para o futebol feminino e o futsal. O Ceará unido é imbatível e é assim também no futebol feminino. Cheguem junto, compareçam aos jogos, colaborem com o que vai ser lançado em breve, peço muito isso ao torcedor e peço, mais uma vez, desculpa pelo que aconteceu. 

Departamento de Comunicação - CSC