Fernando Martilis, assistente social das categorias de base, comenta sobre trabalho desempenhado com os atletas da Cidade Vozão
O Ceará realiza a formação integral dos seus atletas. Além de contar com departamentos de futebol de qualidade para um melhor desenvolvimento técnico dos atletas, o clube direciona o seu foco também a formação humana. Para isso, o Time do Povo conta com o trabalho de Fernando Martilis, Assistente Social responsável pelas categorias de base.
No clube desde 2021, Fernando é especialista em Juventude no Mundo Contemporâneo e desempenha papel fundamental dentro da Cidade Vozão. O futebol ultrapassa as barreiras do campo e da bola, englobando a convivência em sociedade. O assistente social, em conversa com o cearasc.com, destacou a formação humana como pilar fundamental para que os jovens jogadores desempenhem um bom futebol.
“Além do treinamento esportivo, buscamos promover a formação cidadã dos atletas. Realizamos visitas ao CT e ao Museu do Clube para que os atletas conheçam a história e a cultura do time, criando um vínculo de pertencimento. Também estabelecemos parcerias com a Secretaria de Cultura para proporcionar visitas a equipamentos culturais. Temos um calendário de palestras sobre temas como educação financeira, racismo, violência contra a mulher e outras questões relevantes. Essas atividades complementam a formação do atleta, ajudando-o a se desenvolver como cidadão consciente e preparado para a vida fora e dentro do campo”, destacou.
O trabalho do profissional de assistência social envolvido na base de um clube de futebol tem como função principal garantir aos jovens atletas a orientação necessária à garantia de direitos, desde aspectos sociais e psicológicos até questões práticas como documentação e acesso à educação. Sobre os desafios enfrentados, Fernando falou com detalhes ao cearasc.com.
“Os desafios são diversos e exigem uma constante adaptação. Cada atleta tem sua própria realidade, e é necessário lidar com questões de vulnerabilidade social, situações familiares complexas, desafios emocionais e, muitas vezes, questões envolvendo saúde mental. O trabalho também envolve uma constante articulação com diferentes serviços, como CRAS, postos de saúde e órgãos públicos, para garantir que os atletas recebam o suporte necessário fora do campo. Outro grande desafio é a parte burocrática, como a emissão de documentos, alistamento militar e matrícula escolar, que requerem tempo e atenção”, afirmou.
ATLETAS ALOJADOS
A Cidade Vozão aloja 60 atletas das categorias de base do Alvinegro de Porangabuçu, oferecendo alimentação, moradia e assistência social. Os moradores do CT são aqueles naturais de outras localidades ou que apresentam alguma vulnerabilidade socioeconômica. Todos os casos são monitorados por Fernando Martilis, conforme explica o assistente social.
“O acompanhamento dos atletas alojados começa no momento da entrada no clube. Ao ser aprovado, o atleta recebe um manual de normas e condutas, onde explicamos as regras do clube e o contexto da região em que ele viverá, com o objetivo de facilitar sua adaptação. Realizo uma avaliação inicial, com um questionário simples sobre informações pessoais, como nome, idade, cidade de origem, com quem mora e outras informações relevantes. Após isso, quando o atleta retorna da avaliação, realizo um estudo social mais detalhado, com uma entrevista, para entender melhor sua trajetória pessoal e familiar, além de identificar possíveis questões de vulnerabilidade social”, concluiu.
Departamento de Comunicação - CSC
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