Foto: Felipe Santos/cearasc.com

Todo e qualquer fã de futebol conhece de cor e salteado algumas frases. Se já dedicou um pouco do seu tempo ao esporte mais tradicional de nosso país, com certeza sabe que “o futebol é uma caixinha de surpresas”, que “o jogo só acaba quando termina” ou ainda que “2x0 é um placar perigoso” são frases que já cansou de ouvir e, quando observa que alguém diga isso, o acusa de trabalhar demasiadamente com clichês, afirmações rasas que servem de subterfúgio quando faltam melhores argumentos para embasar algo que deseje ser provado.

 Ainda que exista muito sentido nessa avaliação destes ditados, temos de ressaltar o fundo de verdade que cada frase dessa carrega e até uma certa genialidade daqueles que falaram tais afirmações pela primeira vez. Neste sábado, o Ceará foi ao Allianz Parque e, categoricamente, reverenciou aquele que disse que todo e qualquer tabu foi feito para ser quebrado. 

Era um jogo contra o atual bicampeão da CONMEBOL Libertadores, equipe que só tinha uma derrota no ano, levantou duas taças em apenas quatro meses e, de quebra, nunca tinha sido superado pelo Mais Querido em seus domínios. 

Parecendo esquecer tudo isso e nos rememorando que escrita não entra em campo, o Ceará foi perfeito do primeiro ao último minuto, se impôs dentro de um dos estádios mais difíceis para se jogar em nosso país e saiu do gramado com os três pontos em mãos e uma série de tabus dizimados. 

Ofensivamente, tivemos repertório e fizemos com que Weverton, nome quase certo em quase todas as listas da Seleção Brasileira, estivesse em alerta e farto de tanto trabalhar. Mendoza infernizou o lado direito da defesa alviverde e Vina regeu os ataques do time com uma categoria semelhante àqueles que regem os grupos musicais que apresentam-se em arenas multiuso como a que estávamos. 

Ao mesmo tempo em que os donos da casa sofriam incessantemente para parar as investidas de nossos homens de frente, os volantes e alas alvinegros davam uma verdadeira aula e paravam nomes como Raphael Veiga, Rony e Dudu. Podemos até nos dar ao luxo de afirmar que este último citado se pergunta até agora como é possível passar por Bruno Pacheco, soberbo em todos os 75 minutos em que esteve em campo. 

Já no fim da partida, também embasando um daqueles ditados populares do futebol, quem tinha a posse do apito parecia tentar complicar a vida do time que jogava longe de casa e os acréscimos pareciam intermináveis (e eram, uma vez que sempre ganhavam a companhia de um minuto a mais). 

Tomando licença para encerrar esse texto com um clichê daqueles, podemos relembrar que foi apenas o primeiro passo de uma caminhada de 38 etapas. Ainda assim, seria injusto não ressaltar que conseguimos um feito tão grande quanto às dificuldades que se mostravam. Do tabu em São Paulo à arbitragem, passando pela qualidade do adversário, fizemos com que grandes rivais fossem ao chão e, uma vez mais, exaltamos quem disse pela primeira vez a real função dessas escritas: serem destruídas com a classe que tivemos na noite de hoje.

 Matheus Pereira/Departamento de Comunicação - CSC